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O papel do espaço em modelos ecológicos

O modelo clássico de Lotka e Volterra foi proposto com o objetivo de entender o caráter oscilatório das populações de predadores e presas. Por trás da grande simplicidade deste modelo, que descreve como o número total de indivíduos de cada espécie varia com o tempo, está a hipótese de que as interações entre os indivíduos das populações são suficientemente aleatórias para que suas distribuições espaciais possam ser ignoradas. Assim, fatores como heterogeneidades ambientais, variações locais de densidade populacional e efeitos de sincronização de subpopulações, entre outros, não são levados em conta. No entanto, esses fatores podem ser relevantes para a dinâmica do sistema, e seus efeitos devem ser avaliados e compreendidos antes de se optar por uma descrição simples ou mais sofisticada do problema. Neste artigo pretendemos discutir alguns dos efeitos que surgem quando substituímos as modelagens do tipo ‘campo médio’, como a de Lotka e Volterra, por modelagens espacialmente explícitas. O ingrediente fundamental da nossa análise será a introdução de uma área de forrageio, que substitui as interações aleatórias entre indivíduos por interações locais, limitadas por um alcance espacial fixo. Mostraremos que, em algumas situações, essa modificação pode ter consequências importantes, levando a previsões distintas dos modelos de campo médio e permitindo a análise da formação de padrões espaciais de densidade e o estudo de sincronização.

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