A visão: o olho e a luz

Porque nós enxergamos? Esta é uma pergunta que aprendemos a responder corretamente aproximadamente 1000 anos atrás.

Nós chamamos de visão o sentido que nos dá a capacidade de enxergar. É esta capacidade que nos permite observar as pessoas, ler um livro, assistir televisão e muitas outras coisas. Como é que nós conseguimos enxergar?  O que é necessário para isto acontecer? Entender porque você enxerga é diferente de apenas constatar que você pode ver.

A primeira coisa que podemos perceber é a importância dos nossos olhos. Se você fechá-los será muito mais difícil fazer as atividades que voe está acostumado. Pessoas com deficiência visual desenvolvem muito mais os outros sentidos, como o tato e a audição, para compensar a falta da visão.

Para enxergar um objeto ou uma pessoa você precisa dos olhos, se você fechar as suas pálpebras perceberá que não enxerga nada! Mais ainda, para que você enxergue uma pessoa ou um objeto você tem que dirigir os seus olhos para ele. Isto você faz movendo a sua cabeça ou movimentando os seus olhos. É interessante notar que, este movimento característico que fazemos para ver um objeto, permite que outras pessoas saibam para onde estamos olhando. Qual é a razão?

Durante muito tempo se pensou que apenas os olhos eram suficientes para enxergar. Pensava-se que os olhos emitiriam alguma coisa que bateria no objeto e voltaria aos olhos novamente. A origem desta hipótese vem de um filósofo grego chamado Empédocles. Ele propunha que tudo era composto de quatro elementos, a terra, a água, o ar e o fogo, e o que a deusa Afrodite tinha feito o olho humano do quarto elemento, o fogo.  Porém, próximo ao ano 1000 surgiu a explicação aceita até hoje sobre o mecanismo da visão, que afirma: para enxergarmos além dos olhos nós precisamos de luz. Ela foi proposta por um cientista árabe chamado Ibn al-Haytham, também conhecido por Alhazen, que viveu entre os anos 965 e 1039, aproximadamente mil anos atrás.

Como foi que ele percebeu que apenas os olhos não seriam suficientes? Nós aprendemos bastante sobre Ciência quando entendemos porque uma explicação se torna inadequada e como surge outra, como no caso do geocentrismo. No caso da visão, há relatos que isto ocorreu após um evento muito perigoso e que ninguém deve tentar repetir. Ele olhou diretamente para o Sol sem proteger os seus olhos. O resultado é que, após algum tempo olhando, passou a sentir muita dor nos seus olhos. A ocorrência desta dor nos olhos mostrou a ele que, era luz do Sol a responsável por ele enxergar e não algo que saísse dos próprios olhos. Após este incidente, ele propôs que você só observa um objeto se sai luz dele e ela chega até os seus olhos. Por isto, além dos nossos olhos nós precisamos de luz para enxergar.

Como fazer uma experiência, mais saudável, para que você concorde com Alhazen? Você pode tanto imaginar ou fazer esta experiência na sua sala ou na sua casa. Torne um ambiente, seja uma sala ou o seu quarto bem escuro. Entre carregando uma lanterna apagada. A primeira coisa que você vai notar é que, se você não acender a lanterna, mesmo com os olhos bem abertos, dificilmente você enxergará alguma coisa! Se você caminhar, poderá tropeçar em objetos que estejam no seu caminho. Mesmo com olhos abertos você não consegue observar os objetos do ambiente. Agora acenda a lanterna e você passará a ver os objetos para os quais a luz da lanterna foi dirigida. Perceba que você não enxerga tudo, você precisa movimentar a lanterna para que a sua luz atingir outros objetos e você passe a enxergá-los também. Esta situação mostra que sem luz e apenas com os olhos você não vê. Assim para enxergar você necessita dos olhos, que a luz atinja o objeto e que ela de lá chegue aos seus olhos, como pensou Alhazen.

Entendendo como enxergamos você pode utilizar o que aprendeu com a visão para entender melhor o que acontece no céu. Durante o dia nós apenas o Sol e as vezes a Lua. Isto ocorre porque o Sol é um objeto muito quente e por isto ele emite muita luz. Esta luz é tão intensa que você não deve olhar diretamente para o Sol sob pena de danificar os seus olhos. Esta intensidade da luz solar impede que nós observemos outros corpos celeste no céu, com exceção da Lua. Por exemplo, as estrelas são como o Sol, objetos muito quentes que emitem luz visível. Mas , como elas estão muito longe de nós, podemos olhar para elas sem perigo porém, não conseguimos observá-las quando o Sol está presente. Já os planetas, satélites, cometas são corpos frios e não emitem luz e para enxergar é necessário que a luz atinja a eles e depois os seus olhos. É o Sol quem ilumina estes corpos celestes. Nós conseguimos enxergar a Lua porque o a luz do Sol bate nela e depois vem para os nossos olhos. Como a Lua se movimenta em relação a Terra nem sempre nós não enxergamos toda superfície iluminada. Assim como a Terra a Lua pode ser considerada como redonda e o Sol ilumina sempre metade da sua superfície. Assim, a forma com que a Lua aparece para nós muda e surge este fenômeno periódico que denominamos de fases da Lua. Outros objetos também apresentam fases, Vênus é um deles, mas você precisa de uma luneta para observar. Hoje com as naves interplanetárias nós podemos ver até fases da Terra. Esta foto tirada por um nave enviada para Marte mostra fases da Terra e da Lua.

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