Elton Alisson | Agência FAPESP – Ver reportagem completa AQUI
Os professores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Marcelo Knobel, Marcelo Firer e Ernesto Kemp, juntamente com Sandra Elena Murrielo – que foi pós-doutoranda da instituição com Bolsa da FAPESP e atualmente é professora da Universidad Nacional de Rio Negro, na Argentina –, receberam uma menção honrosa no Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia pela exposição científica interativa e itinerante “NanoAventura”.
A cerimônia de entrega do prêmio ocorreu na última quarta-feira (17/06), no auditório do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília.
Instituída pela Reunião Especializada em Ciência e Tecnologia do Mercosul (RECyT), em 1998, e coordenada, no Brasil, pelo Ministério da Ciência,Tecnologia e Inovação (MCTI), a premiação tem o objetivo de reconhecer trabalhos que representem potencial contribuição para o desenvolvimento científico, tecnológico e para inovação nos países membros e associados ao Mercosul.
A edição deste ano teve como tema “Popularização da ciência” e contou com 109 trabalhos científicos inscritos.
“É sempre importante receber um reconhecimento por um trabalho realizado e, após dez anos da realização do projeto, perceber que o esforço valeu a pena, principalmente pelo enorme público que conseguimos atingir com a exposição durante esse período”, disse Knobel à Agência FAPESP.
Primeira exposição organizada pelo Museu Exploratório de Ciências da Unicamp, a NanoAventura foi desenvolvida por uma equipe de pesquisadores da Unicamp e do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em parceria com o Instituto Sangari.
A proposta da exposição interativa é atrair o interesse do público infantil e adolescente para a nanociência e a nanotecnologia, gerando um espaço de aprendizado e diversão.
Um apresentador conduz o roteiro, de uma hora de duração, composto por vídeos e jogos eletrônicos para um grupo de até 48 participantes.
Um vídeo introduz a noção de escala, apresenta os fundamentos da nanociência e da nanotecnologia e mostra o desenvolvimento dessas áreas no Brasil. Na etapa seguinte, a turma é dividida em quatro grupos que transitam pelas estações dos jogos.
O encerramento da experiência ocorre novamente em forma coletiva com a apresentação de um vídeo 3D que recupera visualmente algumas das ideias previamente apresentadas.
A tenda de 18 metros de diâmetro, que abriga a exposição, percorreu diversas cidades até ser fixada, em definitivo, na atual sede do Museu Exploratório de Ciências, na Unicamp.
Desde que foi lançada, em 2005, a exposição já recebeu mais de 50 mil visitantes, principalmente professores e estudantes da rede pública de ensino.
Em março de 2009, uma réplica da exposição foi inaugurada em São Paulo, no Espaço Catavento Educacional e Cultural.
“A exposição NanoAventura foi fundamental para a criação do Museu Exploratório de Ciências da Unicamp e, para mim, particularmente, foi muito importante como aprendizado imersivo no mundo das exposições científicas, tanto do ponto de vista da concepção, como do desenvolvimento e operação, incluindo a gestão, a itinerância e a captação de recursos, entre tantas outras atividades que fazem parte do dia a dia do projeto”, afirmou Knobel, que é membro da Coordenação Adjunta de Colaborações em Pesquisa da FAPESP.
Projeto vencedor
O prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia é dividido nas categorias “Iniciação Científica”, direcionada a estudantes de ensino médio; “Estudante universitário”, para alunos de graduação; “Jovem pesquisador”, voltada para pesquisadores com até 35 anos; e “Integração”, para equipes compostas por pesquisadores de mais de um país do bloco, como a do projeto NanoAventura.
Os prêmios, no total de US$ 20,5 mil, foram distribuídos aos quatro primeiros lugares e às menções honrosas.
Na categoria “Integração” a vencedora foi Luisa Medeiros Massarani, pesquisadora do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica do Museu da Vida da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), juntamente com 40 pesquisadores e jornalistas científicos de 14 países ibero-americanos, pelo projeto “Monitoramento, capacitação e aprimoramento em jornalismo científico em países do Mercosul”.
Desenvolvido a partir da Rede Ibero-Americana de Monitoramento e Capacitação em Jornalismo Científico (Cyted, em espanhol), o projeto teve o objetivo de aprimorar a prática de jornalismo científico por meio da realização de oficinas de capacitação, realizadas em oito países da América Latina, e de pesquisa sobre a cobertura de Ciência na mídia.