Com os traços de fissão, é possível aproveitar um outro fenômeno, o annealing. Trata-se da diminuição dos traços com o tempo e temperatura. Analisando-se a quantidade e o tamanho dos traços de fissão, pode-se determinar a idade de rochas e a sua história térmica, isto é, as temperaturas que ocorreram nos minerais no passado remoto (é a área chamada “termocronologia”). Para isso, é preciso compreender bem o fenômeno do annealing.
O grupo age nessa área tanto estudando o annealing em si (observando como o traço de fissão diminui quando uma amostra é aquecida) como aplicando o método na prospecção de petróleo, em colaboração com a Petrobras. Ele é importante para a indústria petrolífera porque, com a história térmica fornecida pelo annealing, é possível determinar se uma certa região onde se suspeita que possa haver petróleo possuía a temperatura necessária para que o produto fosse formado, entre 60 e 120 graus – se a temperatura for muito baixa ou muito alta, o petróleo não se forma ou forma-se muito pouco.
A termocronologia é analisada em três minerais: a apatita, o zircão e o epídoto, pois cada um deles possui uma faixa de temperatura diferente na qual a determinação da história térmica por traço de fissão é possível (se a temperatura for alta demais, o traço de fissão sofre annealing total e desaparece; se for baixa demais, o annealing é muito pequeno para ser medido com a precisão necessária). Os três são, assim, complementares.
Traços de íons de Kr em mica Muscovita
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