O método do traço de fissão
Para esses diversos estudos, um dos principais métodos usados pelo grupo usa o conceito de “traço nuclear”. Quando um produto de decaimento como uma partícula alfa ou um fragmento de fissão é emitido por um átomo (veja Box acima) no interior de um material, a partícula a atravessa e vai “estragando-a” (danificando a sua estrutura) no caminho, fazendo uma marca através da mesma até ser completamente parada pelo material, depois de caminhar algumas dezenas de micrômetros. Essa marca chama-se traço latente (veja a figura abaixo). Com a aplicação de um tratamento químico, a marca pode ser aumentada até se transformar em um “túnel” grande o suficiente para ser visível no microscópio. É o que se chama “traço nuclear”.
Ilustração de uma região modificada pela fissão espontânea de Urânio 238 em um material
Uma das técnicas mais usadas para se investigar as desintegrações dos núcleos atômicos é observar os traços nucleares surgidos por causa das mesmas. Os principais instrumentos usados pelo grupo para isso são detectores (o CR-39 e o LR-115) constituídos basicamente de um pedaço de plástico (polímero) no qual as partículas incidem. Os detectores plásticos são usados para detectar partículas alfa. Traços de fragmentos de fissão, ou simplesmente traços de fissão são detectados em minerais como a mica muscovita, a apatita, o zircão e o epídoto. As partículas alfa ou fragmentos de fissão penetram no detector e produzem nele os traços latentes. É preciso então fazer o tratamento químico na amostra, para se obter o traço nuclear (de alfa ou fissão).
Sistema de microscopia para análise dos traços nucleares.
Traços de partículas alfa em CR-39.
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